Muitos dos desenvolvimentistas estão animados nos últimos três meses. Mais felizes do pinto no lixo. O dólar subiu, Keynes está na moda novamente. Em resumo, tudo que eles sempre esperaram parece realidade.
Pena, para eles, que há grande possibilidade deste momento desmanchar no ar, como sói dos sonhos fazerem.
Se não houver uma política deliberada de depreciação cambial, não há como o dólar permanecer neste patamar. Regredimos três anos na valorização da mão-de-obra brasileira, mas esse momento é transitório. O Brasil era uma nação estruturalmente exportadora quando o dólar valia 1,6 reais e continua sendo com esse a 2,5.
As últimas informações sobre o fluxo cambial demonstram que a fase de desconfiança com relação as mercados brasileiros de capitais e de ações está se desvanecendo. Aqueles que ganharam com a boa e velha arbitragem devem estar se perguntando: aquela economia funcionou bem com níveis cambiais mais baixos durante um tempão, por que eu não ganharia apostando na valorização de sua moeda?
E, quanto ao crescimento da economia, não me alinho aos pessimistas que prevêem tempos difíceis. A freada ocorrida no último semestre do ano foi totalmente artificial. As linhas de crédito foram retiradas por razões externas à economia nacional, mas o empoçamento de liquidez não poderá ser mantido por muito tempo, como já dizia Ricardo, e o crédito ao consumidor deverá seguir crescendo.
Já estávamos na contra-mão do mundo em matéria de crescimento econômico antes do acirramento da crise com a quebra do Lehman Brothers. Nada de muito relevante ocorreu aqui para que a tendência reverta-se.
2009 pode não ser tão bom quanto 2008, mas não será o inferno que estão dizendo por aí.
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