sábado, 27 de dezembro de 2008

Programada e irresponsável

A respeito da menção da obsolescência programada que fiz no texto de ontem, cabe uma explicação.
Referi-me a ela como ecológica e eticamente contestável. Quanto à parte ética, pode-se até discutir. O fato de fazer-se um produto com durabilidade menor do que a possível para obrigar compras freqüentes e maior dispêndio do consumidor foi uma forma que as economias ditas avançadas encontraram para manter os fluxos econômicos fluindo, e tem seus defensores.
Já a parte ecológica é totalmente condenável mesmo.
Charles Miller, não o do futebol, mas o do livro Os economistas e as relações entre o sistema econômico e o meio ambiente relata que: "As leis da termodinâmica asseguram que, numa perspectiva temporal suficientemente longa, a quantidade de resíduos e dejetos emanados pelo sistema econômico é igual, em massa, à quantidade de combustíveis e matérias-primas que ingressam no sistema e que são por ele transformados, deduzidos os materiais que se acumulam na economia, e os por esta reciclados".
Como vemos, a poluição é inversamente proporcional ao patrimônio que uma dada sociedade consegue acumular. A obsolescência programada é, nesse sentido, um crime ambiental e um atentado contra a sociedade que a patrocina.
Governos que a permitem são co-autores do crime, e sociedades que fecham os olhos para isso facilitam o trabalho de seus algozes.

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