domingo, 8 de fevereiro de 2009

Caminho certo



A reportagem acima trata do papel sintético. Normalmente, eu não defenderia aqui um material que utiliza derivados de petróleo em detrimento de um da agricultura, mas abrirei uma exceção. Isso se dá, principalmente, porque o produto tem todas as característica da minha defesa da valorização do patrimônio e do nível de emprego. É proveniente da reciclagem, poupa insumos importantes, no caso água e energia, e pode gerar produtos mais duradouros.
Apesar de ser usado a séculos como repositório do conhecimento humano, o papel celulósico é uma mídia muito frágil. Não sobrevive à umidade, aos fungos,aos insetos e ao fogo, fazendo com que as bibliotecas, ao menos as bem estruturadas, sejam de manutenção bastante custosa. A popularização da tecnologia pode fazer com esse custo caia muito. Ambiente mais úmido protegeria de incêndios, a tolerância natural do plástico às demais ameaças aos livros faria o resto do trabalho. Muitas cidades carentes poderiam ter seus acervos Brasil afora. A durabilidade também faria o custo dos programas de fomento à leitura reduzirem-se a longo prazo.
Além dos ganhos adicionais da melhor utilização das resinas plásticas que seriam de outra maneira descartada, a externalidade do emprego de grande massa de recicladores seria muito útil no momento em que há pouco incentivo ao reuso de embalagens, e, portanto, do serviço que gera renda a uma população pouco instruída e de difícil empregabilidade, que de outra forma teria sua renda restrita aos diversos programas públicos de transferência de renda. A opção atual, o papel proveniente de celulose de eucalipto ou pinus, garante renda para a agricultura, mas pouco emprego.
Como vê-se, esta tecnologia nacional de utilização de rejeitos pode e deve ser empregada para a melhoria da vida da população. O tempo dirá se será.

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