sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Incapacitador de fluxo

Na série "De volta para o futuro", Doc Brown confiava as suas viagens intertemporais à invenção chamada capacitor de fluxo. Capacitor é um dispositivo com a capacidade de armazenar energia quando submetido a um campo elétrico. No filme, ele parecia agir acumulando energia até um limiar em que, descarregando-a rapidamente, permitisse a viagem.
Caso funcionasse ou, dizem as más línguas, existisse, o PAC seria o equivalente político do governo ao invento do Doc Brown. Levando-nos cada vez mais para o passado ou, utilizando o título de José Eli da Veiga ao seu mais recente artigo em Valor Econômico, no qual trata da parte energética do PAC, "acelerando em marcha ré".
Calcado na ideologia estatista, na qual as empresas privadas não têm função maior do que a de empreiteiras, o dito Programa de Aceleração do Crescimento, caso realizasse um terço do prometido pela "mãe" Dilma, seria uma revolução na infraestrutura brasileira. Mesmo assim seria um fracasso social.
Governos devem se ater à função de liderar a sociedade rumo a um futuro melhor, corrigindo as eventuais falhas e coibindo abusos dos entes privados. As ações do programa não apenas deixam a desejar neste critério, como sinalizam para um aumento do peso estatal na economia. Mais Estado significa concorrência desleal para os empreendedores e possibilidades constantes de corrupção e favorecimento.
Gigantismo estatal é sinônimo de subdesenvolvimento, a despeito da renda per capita. Que o Brasil queira ser excepcional, é compreensível. Já que o queira ser trilhando um caminho já conhecido e que nos levou à bancarrota, burrice.


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