quinta-feira, 12 de maio de 2005

Até que enfim

Passados mais de dois anos de mandato, parece que finalmente o governo petista resolveu por as mãos na massa e passar a governar o país.
O marco pode ser o veto presidencial para o aumento dos salários dos funcionários do Congresso, baseados em uma possível inconstitucionalidade do aumento.
Por mais que fosse merecido o aumento, e não farei juízo de valor neste ponto, ele não com certeza a maior prioridade no momento. Mesmo porque os funcionários do Senado e da Câmara estão entre os melhor remunerados no país.
Ao desafiar os congressistas e os funcionários subordinados a estes, o governo Lula pode estar retomando o comando do país. Como é dito a muito, governar e estabelecer prioridades e, se quer ser reconhecido como um governo progressista, este que agora está no Palácio da Alvorada precisa perseguir as metas que ele próprio traçou durante a campanha eleitoral.
A este ponto ele já deve ter percebido que entregar parcelas do comando incondicionalmente para grupos de pressão não vai tornar estas metas mais próximas. Se a necessidade de uma coalizão de forças é clara; isto tem que ser realmente isto, não um amontoado de panelinhas que não se comunicam sob um pretenso controle do presidente.
O primeiro passo foi barrar este reajuste prometido pelos congressistas (os membros das casas onde o Governo tem teoricamente maioria e, portanto, deveria controlar as decisões que de lá saem). Se o congresso não consegue ajudar a implementação de projeto nacional que o PT tem, que o PT pelo menos tente impedi-lo de atrapalhar.

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