Estamos vivendo uma fase de quases na política nacional.
Primeiro foi o quase virgem Severino e agora é a quase saída do governo do P.T.B., para ajudar o presidente. Não que ele vai sair de fato; só, segundo a manchete da rede Bandnews, “colocará quase todos os cargos à disposição”.
O problema é que para certas coisas o quase não existe. Apesar do que disse o Severino, não há ninguém quase virgem, como não existem também os quase honestos ou quase independentes.
Então a questão é. O que o governo e o P.T.B. ganham com isso depois da porta arrombada?
O governo nada, seguramente. Se aceitar os cargos de volta, o que duvido, ou não, é a mesma coisa. Deixa a impressão que estava com um ninho de cobras em seu cerne e que nada fez, até as denúncias estourarem. No mínimo a imagem que fica é a de marido traído, no máximo de incentivador dos ofídios.
Como o estrago já está feito, resta tentar demonstrar que não era coisa generalizada, que foi apenas o erro de um funcionário do décimo escalão. Que a administração vai bem, obrigado e que as coisas só tendem a melhorar.
Já o P.T.B. tem muito a ganhar com a indignação e a jogada da saída. Ele - na verdade eles, já que um partido não tem vontade própria - demonstrará desapego ao poder. Mostrará que não necessita dos cargos para nada. Só os utilizava para ajudar o governo a fazer um serviço melhor. Pode até ser verdade, mas convenhamos, você acredita? E tudo isso apenas com a possibilidade, remota, de que Lula aceite os desligamentos.
De qualquer forma restará o quase. Severino era quase virgem ao casar, P.T.B. disponibiliza quase todos os cargos, o Atlético Paranaense foi quase campeão, o governo quase ...
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