Não dá para entender: no país do futebol, temos os clubes mais pobres do mundo.
A decisão do Flamengo, de romper o contrato de patrocínio com a Petrobrás demonstra esse contrasenso de modo perfeito. Não que o clube estivesse insatisfeito com o valor pactuado, mas não conseguia receber da estatal devido aos seus desacertos anteriores com o Fisco. Resumindo, vai procurar outro patrocinador para poder ficar inadimplente com os impostos de modo mais tranquilo.
Enquanto isso, vemos nossos melhores jogadores voando para países sem nenhuma tradição futebolística, muitas vezes com economia menores do que a nossa, para jogar em times desconhecidos até mesmo lá. A alfafa anda comendo o cavalo no maravilhosos mundo de nosso futebol.
Na chamada era das marcas, as que temos mais profundamente marcadas em nossas mentes não estão conseguindo retirar valor de seu patrimônio intangível. E potencial para isso há, de sobra. Muitas companhias especializaram-se na gestão de marcas, não tendo fábricas ou qualquer outro patrimônio físico. LVMH, PPR e Richemont, todas especializadas em artigos de luxo, são ícones desse tipo de empresa.
Operadores de varejo na Grã-Bretanha, como a Ikea e a Asda, estão aproveitando sua base de clientes para atuarem como Operadoras de Redes Virtuais Móveis, visando fortalecer o faturamento e, principalmente, abrir um canal de contato permanente com eles. Também lá, a Blyk, uma operadora virtual, oferece telefonia a preços baixos em troca do envio de 6 mensagens publicitárias ao dia.
Aqui, onde trocar de time é mais rejeitado do que trair ao cônjuge, mal se consegue vender ingressos. Não se mantém patrocinadores por motivos, para dizer o mínimo, exóticos e subsidia-se "organizadas", que, portanto, ao contrário das demais torcidas do mundo, diminuem a capacidade das equipes de construir esquadras respeitáveis.
Será que o mundo está errado e nós inventamos uma melhor maneira de usufruir do futebol-arte?
Nenhum comentário:
Postar um comentário