O leitor Danilo Balu fez o seguinte comentário sobre a postagem de ontem:
"Compricado... acho que faz tudo mto sentido. Mas ainda me pergunto se é possível deixar apenas que o livre-mercado regule tudo. Vc não acha que há um consumo absurdamente exagerado de energia que pode ser combatido? Hj com exceção do discurso dos ecochatos, deixamos os recursos naturais irem acabando e os preços vão lentamene subindo freados pelo aumento da eficiência que impedem que explodam por redução de insumos básicos.
Eu sou liberal na veia, mas e se houvesse taxação de formas mais poluentes de energia baseado no custo dela sob o meio-ambiente? É possível? É! É fácil? Ninguém disse que seria!
Eu não consigo entender como haja ainda tamanho uso de certos materiais como plástico ou mesmo petróleo em qitdes mto "evitáveis". Isso resvolveria o problema de energia no futuro? NÃO MESMO! NEM DE LONGE! Mas não acha que ignorá-lo 100% não é burrice?
Abrax"
É um comentário que levanta muitos questionamentos que não apenas o Danilo (clique aqui para ver seu blog) deveria fazer, mas todos nós. Estamos fazendo as escolhas certas no tocante à nossa preservação?
Escrevi muitas vezes neste blog sobre assuntos que tangenciam esta questão central. E tomarei a liberdade de indicar dois livros: Desenvolvimento Sustentável: O desafio do Século XXI, de José Eli da Veiga, e Os economistas e as relações entre o sistema econômico e o meio ambiente, de Charles C. Mueller. São daqueles que deveriam constar da bibliografia básica de todos os cursos e mostram a visão de dois estudiosos do assunto.
Agora vamos a minha opinião sobre algumas perguntas que o Danilo deixou no ar. Há um consumo exagerado de energia? Não creio. Energia é a chave para o bem-estar da população, e não é um fator limitante quanto percebemos a quantidade que recebemos do sol diariamente. Há, porém, um desequilíbrio na utilização, tanto de concentração, quanto nas formas preferenciais de seu uso. Enquanto um americano, por exemplo, sofre pelo excesso de energia de que dispõe (criando facilidades que confluem para a obesidade), um darfuri morre com a falta dela impedindo que usufrua de saneamento básico e água tratada.
Tendo a acreditar que o livre-mercado faz milagres, mas a sua existência não implica necessariamente, e nem é desejável que assim seja, em ação das empresas sem nenhum controle social. Uma das premissas básicas do mercado perfeito (a de que todos os participantes tem acesso a todas as informações) é falsa, causando a impossibilidade da melhor escolha das partes. Daí a porta para a ação estatal, que também não nos livra de todo, pois o Estado é composto de humanos como nós, tão passíveis de falha quanto. Externalidades negativas devem ser coibidas pela sociedade, devemos, entretanto, ter cuidado para não fazer o mesmo com as positivas.
Os recursos naturais inanimados são finitos, é fato, mas são passíveis de reuso e reciclagem. O perigoso maior é causar um colapso dos recursos vivos, que não podem ser repostos, a não ser que haja um grande avanço na genética, e interagem de modos que não compreendemos completamente. Cabe lembrar que ta,bém somos vivos e podemos ser pegos por essa interação.
Os Estados Unidos da Ámerica deram um importante passo, ontem, para taxar a poluição do ar. Colocando o dióxido de carbono como prejudicial à saúde humana, há a obrigação legal, moral e política de tentar evitar a emissão do gás, vejamos como será feito isso. Tenho certeza que diminuir a queima de derivados de petróleo responderá por grande parte do esquema, se ele for implantado.
Estou bastante otimista com as nossas chances, apesar de estar contrariando Georgescu-Roegen, o Homem não é 100% burro, conseguiremos sair desta.
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