segunda-feira, 13 de abril de 2009

Se os titulares são assim...


...imaginem os suplentes.
Continua sendo praxe das redações não dar muito destaque aos ocorridos no Poder Legislativo, a não ser que seja escândalo, mas a prática deveria mudar.
Este feriadão, por exemplo, morreram dois deputados, o que significa, necessariamente, um rearranjo de forças na Câmara. Ambos eram da base governista, não sabemos, porém, o que vêm por aí.
O falecido de São Paulo, João Herrmann Neto, era, já, suplente. O que, provavelmente, assumirá em seu lugar é polêmico, como mostra o Estadão Online.
O que me chamou mais a atenção na reportagem foi o seguinte trecho: "...em 2008, saiu do PDT e ingressou no PTB para tentar concorrer à eleição a prefeito em Ribeirão Preto. Porém, o PTB não o escolheu como candidato e Chiarelli voltou rapidamente ao PDT."
Como se vê, o homem tem a flexibilidade partidária bastante pronunciada, troca de legenda como de camisa, dependendo de projetos pessoais. E não parece demonstrar achar-se equivocado.
O de Pernambuco, Carlos Wilson, deixar-nos-á de herança, talvez, um político inelegível. E assim caminha a humanidade.
Declarei-me parlamentarista dezenas de vezes, mas é difícil sustentar as convicções no Brasil desse sistema político, no qual nem o próprio partido quer a posse do quase-eleito.
Muitas vezes não sabemos quem nossos votos, realmente beneficiaram. Sei que a última pessoa em quem votei para deputado já não está exercendo o mandato. E confesso que não tenho a menor idéia de quem assumiu em seu lugar. Se o sistema já é meio hermético imediatamente após a eleição, imaginem dois anos após.
É necessário que ocorra a reforma política. Se os vencedores não são lá estas coisas, os suplentes tendem a ser ainda piores. É duro dizer isso; o Congresso é tal o vinho já estragado, cada dia que passa o vinagre está mais azedo.

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