terça-feira, 24 de março de 2009

Corporações X Companheiros

Lendo o editorial do Estadão de domingo, veio-me a cabeça um texto de 30/08/2005, disponível aí ao lado, no qual falava da minha inconformidade com as regras utilizadas para o exercício de certas atividades, profissionais ou corriqueiras, em nossa sociedade.
Disse, na época, e repito, hoje, que não faz sentido obrigar a procedimentos padronizados de educação ou testes para garantir uma carteirinha dizendo ser o portador merecedor disso ou aquilo. Em todas as profissões o acesso deveria ser livre, mesmo a, na visão de muitos, sagrada medicina.
Sei que serei crucificado por dizer isso, mas o que impede o erro médico não é a posse de CRM, simples pedaço de papel, e sim os controles cruzados dos diversos profissionais que formam qualquer grupo sanitário. Muitos profissionais gabaritados impedem que um faça algo errado, na maioria das vezes.
Com a velha figura do médico de família extinta, todo o atendimento médico atualmente é feito por unidades multidisciplinares, públicas ou privadas. Deveria caber a estas o controle da qualidade de serviços prestados pelo seu corpo técnico, e arcar com as falhas provocadas por ele. Uma justiça rápida faria com elas só contratassem aqueles que lhes garantissem a qualidade.
Terceirizar a responsabilidade para os Conselhos Regionais de Medicina é uma forma esperta, por parte das instituições, e preguiçosa, por parte do governo, de obter um atenuante para suas falhas em formar bons quadros.
Julgar se Cuba tem um sistema de ensino de ciência médica compatível com o brasileiro e melhor do que o, por exemplo, boliviano, é apenas um casuísmo, bem ao gosto da atual administração. Todo o sistema deveria ser avaliado primeiro, mas menos de 250 indivíduos têm os movimentos sociais castrófilos a dar-lhes suporte.
Então, é bem capaz de sermos usados como cobaias da luta ideológicas das corporações e dos companheiros nos dias a seguir.

Um comentário:

Anônimo disse...

Você discorda da exigência do diploma ou da exigência de uma carteira de um conselho regulador?

Nos casos onde o profissional trabalha como autônomo como médicos em consultórios e dentistas, como seria feito esse controle cruzado?

Concordo que o fato do cidadão não portar a CNH não o desabona como motorista, mas como identificar aqueles que verdadeiramente não estão ápitos a dirigir?

abraço,
Xinxa