segunda-feira, 30 de março de 2009

Obama: pede pra sair


Ontem, surgiu a notícia de que Rick Wagoner estaria de saída da General Motors, confirmada hoje. Nada mais natural, não fosse um pedido pessoal de Barack Obama, presidente dos Estados Unidos, pais que costumava ser o bastião do livre-mercado.
Wagoner, na minha opinião, mereceu ser defenestrado. Espera-se de um presidente de companhia como esta, que foi, durante meio século, a maior do mundo, a clarividência, que veja além do balanço trimestral.
Os anos Wagoner foram, com exceção do último, excepcionais para a indústria automobilística americana. O mesmo crédito farto, e, consequentemente, barato, que impulsionou os recordes imobiliários azeitou as engrenagens de Detroit. O crescimento mundial inflou o lucro das subsidiárias.
Houve uma consolidação da indústria, e o ambiente propício às vendas carreou bilhões às três gigantes (Chrysler, Ford e Genral Motors). Elas, entretanto, não conseguram aproveitar o momento. Mantiveram, e até aprofundaram, estruturas inchadas e deficitárias, que estão cobrando agora a fatura.
A "terceira" crise do petróleo, seguida da do "subprime", acabou com a festa. Como resposta a ela, a General Motors acelerou o desenvolvimento do Chevrolet Volt, nada mais do que um híbrido com uma bateria maior, capaz de rodar, aproximadamente, 64 quilômetros, após uma carga completa, sem usar o motor de combustão interna.
Poderia ser um grande avanço, se a tecnologia híbrida não fosse da década passada e não houvesse carros esportivos, totalmente, elétricos com autonomia maior rodando atualmente.
Resumindo, Wagoner não cumpriu sua missão de liderar a companhia para um fortalecimento constante; a General Motors saiu enfraquecida, na verdade, durante sua presidência.
Sua saída, no entanto, não será um alívio para a crise americana, embora possa ser para a empresa. Converter-se-á em um marco do dirigismo estatal da economia. Uma prova de que Obama também começa a apontar seus loiros de olhos azuis.
Bulir com a discricionaridade da livre-iniciativa pode ser uma alternativa tentadora em situações de crise, mas sempre acaba sendo a pior. Os Estados Unidos combateram, por décadas, regimes que utilizavam essas práticas. A tragicomédia, e não a ironia, daria o tom caso passassem a emulá-los justo agora, que havia vencido a guerra.

Um comentário:

Danilo Balu disse...

Meu caro Gian, qto tempo... passo aqui pra dar meus mais sinceros parabéns pelo seu blog!!!
Fiquei sabendo dele pelo Xinxa e já o coloquei no meu RSS!
Gostei mto da variedade dos temas!

Um abraço!
Balu
htpp://www.baluzao.com