Você fica mesmo é boquiaberto.
A penhora da casa de José Dirceu para o pagamento de dívidas demonstra a celeridade limacídea da nossa Justiça.
A ação que motivou a penhora remete ao governo Quércia, aquele dos bois laçados no pasto nos velhos tempos em que Sarney era presidente - do Brasil. Um Fleury, um e meio Covas, um e meio Alckmin e meio Serra depois, o processo conseguiu chegar à (rufam os tambores) segunda instância, bem distante do fim. Chegou também a um resultado potencialmente nulo, pois, segundo o advogado de Dirceu, a dívida não será paga, porque está prescrita.
Conclusões como essa são a razão da falta de credibilidade do sistema jurídico brasileiro. Se o início do litígio ocorreu devido a compra de 30 caminhões, claramente por motivação política, quando ele encerrar-se definitivamente os veículos já terão virado sucata e os políticos estarão em casa, aposentados (como sou ingênuo).
Diga-me, qual cidadão comum e honesto gostaria de embrenhar-se em uma pendenga que surtirá resultados práticos quando estiver morto. Essa lentidão do judiciário é a matriz dos desrespeitos ao brasileiro, dos direitos humanos mais básicos às relações econômicas. Picaretas fazem os maiores absurdos sabendo que esses terão como consequência apenas algumas horas diante do juiz, se tanto.
Enquanto essa falha não for sanada, Estado de Direito será sempre uma palavra bonita, e democracia apenas uma esperança.
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