Os analistas econômicos costumam culpar o Japão e os países que compõem a zona do Euro (aqueles que adotam o Euro como moeda oficial) pela falta de dinamismo econômico no mundo, mas não consigo entender o porquê.
É fato que as taxas de crescimento destas duas áreas não atingem os níveis dos emergentes, nem mesmo o dos Estados Unidos, mas como podemos exigir isto de parcelas do mundo nas quais os índices de pobreza e indigência estão apenas residuais?
Todos sabemos que altas taxas de melhoria do que quer que seja são mais rápidas nos primeiros momentos, declinando quando se aproxima do seu platô ou ponto de equilíbrio. Apesar de não ser um índice qualitativo, nas taxas de crescimento econômico isto também ocorre.
Nos países ditos emergentes, as economias estão passando de um estágio de produção de subsistência quase medieval para um no qual as indústrias dos pólos mais desenvolvidas estão se instalando neles e transformando-os em centros de exportação para os países desenvolvidos, o que explica os altos índices de crescimento econômico.
Os Estados Unidos estão passando por duas situações de guerra externa, na qual não há combates em seu solo e a produção não é em nenhum momento ameaçada. O orçamento militar do país provocou um grande impulso na economia americana particularmente porque esta é uma área na qual o grosso da produção de bens e serviços, por razões de segurança nacional e nacionalismo puro e simples, é gerada dento do território dos Estados Unidos, ao contrário de grande parte das demais indústrias de lá.
Além disto, está patrocinando seus gastos públicos com um déficit fiscal de cerca de 5% do PIB, em uma atitude que aqui levaria para a cadeia o “president” devido à Lei de Responsabilidade Fiscal.
Já Japão e países do Euro não enfrentam nada disso. Passaram pela fase de industrialização rápida a muito e já estão, n verdade, alguns passos adiante. Estão concentrando-se na economia do conhecimento, que gera mais lucros e menos ônus ambientais, e em uma fase pacífica, interna e externamente, como nunca se viu.
E, talvez mais importante, ao contrário dos emergentes e dos Estados Unidos, a população destes países está diminuindo e as baixas taxas de crescimento econômico acabam se traduzindo em aumento da riqueza per capita.
E seus habitantes estão gozando muito as benesses da riqueza. Dados sobre a Europa demonstram que lá se trabalha a cada ano menos horas e que o excedente de tempo e dinheiro é responsável por uma forte indústria de entretenimento, lazer e turismo.
O mesmo acontece em menor escala no Japão, mas os dados demonstram que nos Estados Unidos ocorre justamente o contrário. O crescimento do país é gestado em um aumento per capita de horas trabalhadas e seus habitantes tem cada vez menos tempo para o lazer, gastando o excedente monetário em consumo de produtos.
Eu não sei quanto a vocês, mas eu preferiria estar no lado dos europeus e japoneses.
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