Alex (campeão brasileiro pelo Santos) matou a bola no peito e em belo sem-pulo estufou a rede, empatando a partida. O zagueiro Cris (campeão brasileiro pelo Cruzeiro) assistiu a tudo sem nada poder fazer.
Na disputa de pênaltis, Robert (ex-São Caetano) decretou a vitória de sua equipe, cobrando o derradeiro.
Mas o herói mesmo foi Gomes (que atuava junto de Cris no título mineiro), que na mesma disputa defendeu dois penais.
Tudo isto seria natural se Alex, Robert e Gomes estivessem disputando uma partida do campeonato paulista ou fluminense mas não, eles estavam em campo defendendo o PSV holandês frente ao Lyon; de Juninho Pernambucano, Nilmar, Caçapa e o já citado Cris; em mais uma rodada da Liga dos Campeões da Europa.
Isto mesmo, sete atletas brasileiros entre os que atuaram em uma única partida de um Campeonato Europeu.
E nem podemos dizer que este foi um caso aberrante de um torneio específico. Já é uma rotina em vários campeonatos da Europa haver mais brasileiros atuando do que jogadores nascidos no próprio país onde se realiza a partida.
Alguns enxergam isto por um prisma negativo, o de que os ídolos nacionais estão todos indo jogar no exterior e que isto esvazia nossos campeonatos internos e, conseqüentemente, enfraquece nosso futebol.
É fato que nossos campeonatos estão muito ruins tecnicamente e que sempre que um jogador desponta é logo sondado para uma transferência para o exterior, porém não podemos dizer que isto é necessariamente ameaçador para eles.
Primeiro porque a fidelidade de nossos torcedores não é para com o ídolo esportivo (na verdade, o ídolo é na maioria das vezes até coagido a se transferir de clube pela pressão dos torcedores após uma seqüência de maus resultados), mas com os clubes.
E depois devido à janela de oportunidades que estas transferências abrem para o aparecimento de uma grande quantidade de bons jogadores e até mesmo de alguns craques.
No Brasil, e provavelmente na grande maioria dos países, o sucesso da seleção nacional alimenta o sucesso do esporte como um todo, gerando mais renda e público em todas as esferas da modalidade. O êxodo de jogadores para Europa serve nas duas pontas para o fortalecimento relativo da Seleção Brasileira em relação às demais.
Em uma ponta, favorecendo o amadurecimento de jogadores que cobrem as vagas dos que deixam o país e, na outra, tamponando o aparecimento de jogadores em outros.
Em suma, a exportação de mão-de-obra é uma mostra da vitalidade de nosso futebol e, conseqüentemente, de nossos campeonatos.
Se a saúde financeira dos clubes não exprime esta vitalidade, é mais uma mostra de como o potencial gerador de renda deles está sub-aproveitado.
Como, de resto, o de todo o país está.
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